Uma obra-prima do expressionismo alemão atual ainda nos dias de hoje

Metrópolis é considerada uma obra-prima do expressionismo alemão na década de 1920. Com roteiro de Thea von Harbou e dirigido pelo famoso austríaco Fritz Lang, ganhou fama como um filme de visão futurista, que conta a história de uma mega cidade no ano de 2026 controla por uma classe dominante. A trama não é diferente do que no século XII, a luta por espaço e igualdade.
A chamada divisão de classes revela na superfície os operários, que fazem girar continuamente as engrenagens em prol da metrópole. Até o momento, o roteiro simples, lembra de filmes como, Tempos Modernos (1936) estrelado por Charlie Chaplin, que carrega muito influência no ponto de vista social e político.
Cena do filme Metrópolis/Trabalhadores a caminho para mais uma jornada de trabalho.
O jovem Freder, filho do magnata industrial Jon Frederson, responsável por Metrópolis, faz uma visita a Maria, até então, chamada de profeta, e acaba descobrindo os operários na superfície. Ao saber da situação, Freder se impressiona e infiltra-se entre os operários para seguir Maria a procura do mediador, alguém que irá unir todas as classes. O jovem Freder, tem contato pela primeira vez com diferença social que existe em Metrópolis, derrubando assim a divisão de classes.
Em contrapartida, olhamos para uma sociedade oprimida pelo poder, separados por uma ideologia política exibicionista e charlatã revestida no personagem Jon Fredersen, que conspira com o cientista C.A Rotwang, uma possível extinção humana. Entretanto ao descobrir que Freder, seu filho se apaixonou por Maria, ele ordena que um robô seja construído com a aparência da profeta com o objetivo de causar discórdia no provável movimento contra o governo.
Crédito à Metrópolis, pioneira em humanoides para audiovisual, por tratar nos anos 20, uma questão que ainda hoje é discutida: Os seres humanos serão substituídos pela tecnologia?
Abordado pelo cinema em diferentes épocas, enxergamos os robôs como perigo para a sociedade, sua habilidade para executar tarefas com perfeita aptidão e a incapacidade de sentir dor, permite que ao longo do processo de evolução tornam-se a espécie perfeita. Porém, a pedido de Jon Fredersen, C.A Rotwang acaba criando uma imagem espelhada da humanidade, visto que é a partir de escolhas as quais moldamos vidas, idealizando e ditando nossa própria verdade.
Marca cultural
Eternizado como um clássico e referência no cinema atual, Metrópolis é um projeto distante do que estamos habituados a consumir atualmente, mas foi um dos responsáveis pela abertura da janela para a ficção científica. A arquitetura futurista e expressionista influenciou filmes como Blade Runner na construção visual de uma “cidade do futuro” e de como humanoides ao longo do tempo ganharam espaço e repercussão. Além disso observamos uma similaridade que inspirou George Lucas na criação do C3PO, e conseguiu trazer alguns aspectos de Metrópolis para Gotham City nos cinemas.
Imagem do filme Metrópolis

    Maria (líder dos trabalhadores) e Andróide/ C3PO
Ousado e grandioso para a década de 1920, Metrópolis poderia ter sido apenas mais uma obra de Fritz Lang, no entanto, conseguiu deixar a marca da importância da linguagem cinematográfica através dos anos, dando espaço para as discussões sobre gênero, diversidade, igualdade e local de fala.
“O mediador entre o cérebro e as mãos deve ser o coração” (Thea von Harbou, 1925)

Escrito por

Acabou em Pizza

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