Filme que conta a história da Primeira Noite de Crime da saga do Expurgo é um bom passatempo, nada mais do que isto

Foto: Divulgação
A premissa da história é boa: como se comporta uma sociedade quando vive doze horas sem leis, podendo matar, extorquir e cometer qualquer crime sem ser punida por isso? Foi o que tivemos, em escalas diferentes, nos três primeiros filmes da franquia: Uma Noite de Crime (2013), Uma Noite de Crime: Anarquia (2014) e Uma Noite de Crime: O Ano da Eleição (2016). Agora, em A Primeira Noite de Crime, somos levados a entender, mais claramente, o por quê desta experiência antropológica o tanto quanto violenta.
Diferente dos três primeiros filmes da saga, este não é dirigido pelo idealizador da franquia, James DeMonaco - que segue no roteiro. Desta vez, para explicar e mostrar o início do Expurgo (nome dado às doze horas sem leis), é convidado o diretor estreante Gerard McMurray, que faz um trabalho regular, com pequenos acertos e vários deslizes. Apesar de ter nas mãos um roteiro interessante - e não mais do que isso, como falaremos em seguida - , McMurray abusa de closes exagerados, slow motions desnecessários e jump scares fracas. Jump Scare são as famosas cenas de sustos, que fazem o telespectador, muitas vezes, literalmente, pular da poltrona.
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No roteiro, temos algumas pequenas surpresas positivas. A história é interessante e consegue deixar até mesmo os outros três filmes da franquia melhores quando são apresentadas questões sociais e políticas que interferem diretamente no desempenho da noite de crime. Primeiro, ao escolherem um lugar pobre e periférico para fazerem o primeiro teste. Depois, por mostrar o governo subestimando as pessoas por causa de sua cor, seu nível escolar e seu capital econômico. A crítica ao governo e à sociedade como um todo é o maior triunfo do filme, que no geral, é fraco.
Nenhum ator consegue segurar o roteiro - que é a melhor coisa da produção. Nem mesmo a conhecida Marisa Tomei, do filme Homem Aranha: De Volta ao Lar. Aqui, Tomei faz o papel da pesquisadora que, apenas por interesse antropológico, quer testar a experiência do Expurgo. Lex Scott Davis, interpretando a mocinha da história, que quer ajudar à todos e impedir que o governo instaure o programa naquela região, tem alguns momentos bons, mas são poucos. Seu irmão na trama, Joivan Wade também escorrega bastante em clichês e entrega um resultado fraco. O protagonista, Dmitri, interpretado por Y’lan Noel, também é um banho de clichês, no que se diz respeito a ser líder do tráfico de drogas na região, mas que quer ajudar a comunidade.
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Não é que os atores não se esforcem. Os personagens em si são fracos, banhados em clichês - característica dos filmes da saga. A atmosfera de medo também demora para surgir, e muitas vezes, é forçada pelo diretor. É um bom passatempo. Não é nada mais do que isso. Quando acaba, você não sai insatisfeito, mas também acha que o filme poderia ter sido muito mais do que ele realmente foi.

TRAILER DO FILME

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Acabou em Pizza

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