James Gunn é um diretor visionário, ousado e com um senso de grandeza em suas obras que as favorecem fortemente. Se em Guardiões da Galáxia (2014), ele provou ser capaz de trazer uma equipe pitoresca e repleta de personagens exóticos para o mainstream, aqui, ele não apenas repete o feito, mas eleva todo o seu talento à última potência.

O Esquadrão Suicida conquista logo nos primeiros minutos e depois mantém o espectador imerso em seu universo durante toda a duração do longa. Para isso, não são poupados recursos narrativos. Sequências eletrizantes com trilha sonora que encaixa perfeitamente e o uso dos melhores efeitos especiais vistos em filmes de super-herói são parte do projeto de Gunn, mas o filme ainda é muito mais do que isso. 

Divulgação

A equipe é levada para uma ilha na América do Sul e precisa eliminar um projeto científico com proporções destrutivas catastróficas. Várias subtramas vão se desenvolvendo até convergirem em um ato final apoteótico e extravagante digno da construção que vai sendo feita. A química entre os atores é fundamental para o sucesso da empreitada. O trio formado por Rick Flag (Joel Kinnaman), Bloodsport (Idris Elba) e Peacemaker (John Cena) merece destaque por entregar excelentes cenas de humor e ação. O Cena foi uma grata surpresa.

Outros componentes da Task Force X também merecem ser mencionados: a Arlequina, vivida por Margot Robbie, por exemplo, tem a sua melhor aparição desde que surgiu nas telonas. A personagem Caça-Rato, que na teoria não teria muitos motivos para se destacar, brilha sendo interpretada por Daniela Melchior. Retornando para o papel de Amanda Waller, Viola Davis continua poderosa no papel. O ator e diretor Taika Waititi faz uma aparição pequena, mas emocionante. 

Se um dos defeitos da versão de 2016 da equipe foi ficar apenas no raso, na nova aventura, eles mergulham fundo. Apesar do número extenso de personagens, é possível sair da sessão de cinema lembrando de pelo menos uma característica de algum deles. A forma sutil como o roteiro vai apresentando suas histórias de origem torna muito fácil se importar com os vilões e anti-heróis, criando até um certo apego, apesar de não recomendado. 

Outro mérito do roteiro, escrito, também, por James Gunn, é o uso de piadas que não são datadas e tem um timing perfeito. O longa sabe divertir e também emocionar na medida certa.  Há um equilíbrio entre não se levar muito a sério e entregar um trabalho digno de ser levado a sério que só realizadores de cinema muito confiantes e talentosos conseguem produzir. 

Todos os riscos tomados na produção de um filme tão grandioso acabam valendo a pena porque o resultado é o melhor filme em live action da DC. Aliás, é um dos melhores filmes de super-herói. James Gunn diz que Martin Scorsese deveria dar uma chance para seus filmes e eu concordo. O gênio do cinema que possui tantos clássicos em seu catálogo pode acabar gostando do que Gunn tem feito. 

O Esquadrão Suicida

5

5.0/5
Escrito por

Cainan Silva

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *