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| Reprodução: Divulgação |
O novo trabalho do diretor Adam McKay (A Grande Aposta) é um biografia de uma figura popular na história política dos Estados Unidos, Dick Cheney, o vice-presidente do governo George W .Bush de (2001–2009).
Com um tom de comédia, McKay aposta outra vez na talento de Christian Bale para viver o político, que, com auxílio do excelente trabalho de maquiagem, desaparece, dando vida ao personagem. Com ajuda de uns quilinhos a mais, situação que Bale já está acostumado a passar, já que por várias vezes mudou sua rotina alimentar para atuar, o ator convence fisicamente também. Ele está melhor aqui do que em “O Lutador”, filme pelo qual levou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. O longa aborda a juventude conturbada de Cheney, que a beira de perder o amor de seu vida, Lynne Cheney (Amy Adams), entra para a polícia e, com sua malandragem e inteligência, começa a vigorar em cargos importantes, como o Chefe de Gabinete da Casa Branca na década de 1970 e Secretário de Defesa dos EUA de 1989 a 1993. No entanto, nunca satisfeito com as condições atuais, Cheney continua almejando o máximo de poder.
Depois de altos e baixos, Cheney faz um acordo cheio de regras para se tornar o vice de Bush, sem aceitar menos que sua obrigações, e enfim consegue o comando de quase todas as operações do país. Ele esteve por trás da Guerra do Iraque, sempre influenciando o presidente mais do que deveria. O longa mostra cada trajetória do político: quando ele nem sequer tinha um escritório, como sempre contou com o apoio de sua esposa e quando conseguiu ter acesso a Casa Branca. O roteiro, escrito por McKay, não tem pressa em abordar o crescimento do personagem, sempre com o tom de sátira, acompanhamos as transformações em sua carreira e como suas relações fazem dele um temido e respeitado adversário.
No papel de companheira está Amy Adams, que já havia trabalhado com Bale em O Lutador. Lynne é uma mulher forte e o motivo de Cheney ter sucesso. Perseverante e dedicada, sempre estava um passo à frente e atenta com que acontecia ao seu redor. Adams mais uma vez está espetacular, qualquer papel a faz brilhar. Outro destaque, mesmo que inferior, é de Sam Rockwell no papel de George W. Bush. Todo malandro, o ator fisicamente convence como o ex-presidente, mas nada além disso. Já Steve Carell, na pele de Donald Rumsfeld, é elogiável. Carell ainda não saiu da comédia, mas suas atuais interpretações destacam seu talento e capacidade de atuar em qualquer gênero de maneira notável.
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A narrativa é uma mistura do último trabalho do diretor, A Grande Aposta com O Lobo de Wall Street (em uma versão mais censurada). McKay criou um estilo descontraído para contar sua histórias, que se destacam pela excepcional montagem entre as cenas. Por mais que seja uma comédia, o filme nunca apela para piadas extravagantes, tudo se encaixa até mesmo quando há quebra da quarta parede. Uma biografia política pode ficar cansativa, ainda mais do Vice-Presidente, porém o diretor faz questão de contar os fatos históricos sem alterações para glorificar a figura de Cheney, apontando seus erros e deixando claro suas decisões diante aos ataques realizados a outros países. Vice tenta modificar o gênero com um humor ácido, mas tolerável.
Ficha Técnica
Filme: Vice
Diretor: Adam McKay
Data de Lançamento: 2018
Atores: Christian Bale, Amy Adams, Steve Carrel, Sam Rockwell
Trailer:
