Com thriller psicológico, Sharp Objects traz excelente produção e mostra outra vez a versatilidade de Amy Adams como atriz

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Baseado no livro da escritora Gillian Flynn (Garota Exemplar), Sharp Objects — Objetos Cortantes, na versão brasileira — conta a história da jornalista de Chicago, Camille Preaker. Seu editor, na tentativa de aumentar o número de leitores, manda ela para a sua cidade natal, Wind Gap, no Missouri, para que Camille faça uma matéria sobre recentes assassinatos. Porém, no decorrer da minissérie descobrimos que o editor tinha também outra intenção. Ao retornar para Wind Cap, vemos que Camille nutre uma relação conturbada com a sua família, além do vício em álcool e a automutilação, que fica explícita logo nos primeiros episódios.

Wind Cap / Reprodução: Google Imagens

A minissérie conta com oito episódios, todos dirigidos por Jean-Marc Vallée, mesmo diretor de Big Little Lies, outro sucesso da HBO. Vallée, que já havia provado em Big Little Lies que era um excelente diretos, se consagra em Sharp Objects. Sua direção é precisa, tensa e funciona quase que em estado de ebulição. No primeiro episódio temos um panorama de Camille, entre sua vida atual e a de quando pequena. A composição com os objetos em seu apartamento e a tela de um celular quebrado remetem logo de cara para as características da personagem. Quando ela chega em Wind Gap, conseguimos notar a diferença entre os ambientes, através de seu olhar percebemos o quando a cidade é tóxica e sufocante. Outro aspecto importante é a maneira como a direção de arte captou as referências do livro e do roteiro desenvolvido para a minissérie, é possível notar o cuidado com a composição das luzes nas cenas, até mesmo a música de abertura da minissérie, que muda a cada episódio, transmitindo ainda mais a tensão.


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A atriz Amy Adams interpreta a personagem principal, complexa e cheia de camadas. Conhecemos Amy desde Encantada (2007) à Animais Noturnos (2016), papéis muito divergentes um do outro. No entanto, Camille Preaker é a personagem que mais provocou e instigou a atriz, o que comprova sua versatilidade. A presença da Amy Adams em cena é muito marcante, seu olhar consegue contar uma história que assombra não só o pensamento, mas a pele. Outra atriz de destaque é Patricia Clarkson (Maze Runner), com uma atuação calculista, fria e perversa, no papel de Adora Crellin, mãe de Camille. Amma, meia irmã de Camille, interpretada por Eliza Scanlan, é uma adolescente popular da cidade, provocante e sexy, que aos olhos da mãe se torna uma menina educada e gentil; essa dualidade de personalidades é muito bem composta pela jovem atriz. Na trama, temos outras boas atuações, como o personagem de Chris Messina (Argo), o detetive Richard Willis, que serve de fuga romântica para Camille e Matt Craven como Bill Vickery, chefe de polícia de Wind Gap. Além do elenco principal, não se pode deixar de enaltecer as atrizes Lulu Wilson como Marian Crellin, a irmã morta de Camille e Sophia Lillis (IT: a coisa), que interpreta a jovem Amy Adams.

Lulu Wilson como Marian Crellin e Sophia Lillis como Camille Preaker na minissérie / Reprodução: Google Imagens
A minissérie se distancia um pouco da realidade do livro, temos Amma uma menina de 13 anos sendo interpretada por uma atriz mais velha. Olhamos uma Camille mais voltada para o alcoolismo, a partir dos flashbacks compreendemos a visão do mundo sobre a personagem. Isso não enfraquece a obra e nem diminui o mérito dos personagens, o suspense acerca da identidade do verdadeiro assassino e a construção das pessoas que vivem em Wind Gap, deixa a ansiedade florescer.
Como de costume, a identidade do assassino foi deixada para o final. Sem mudar o ritmo dos acontecimentos, o último episódio trouxe muitas revelações.
Sharp Objects cumpre as expectativas. A minissérie encanta visualmente por abordar assuntos difíceis de serem retratados, como alcoolismo e a automutilação. Um excelente thriller psicológico, que consegue manter o suspense até no último minuto dos créditos finais.

Escrito por

Acabou em Pizza

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