Há 55 anos, nesta mesma semana, iniciava no Brasil um regime militar que durou mais de duas décadas e que, nos seus momentos mais repressivos, torturou e matou seus opositores, sob a justificativa da ameaça de um golpe comunista.

A verdade é que, qualquer que seja a ideologia política, nenhuma ditadura é melhor do que a democracia. Nós vemos isso nos exemplos passados, com as ditaduras da América Latina, que mataram milhares de pessoas, e nos exemplos presentes, como o regime autoritário da Coreia do Norte e da Venezuela, com Maduro.

Sem um Estado Democrático de Direito, não há diálogo. Sem diálogo, não há fiscalização e não há oposição. A oposição é fundamental para fazer um governo se manter na linha e é essencial para a democracia. Cabe a oposição fiscalizar e cobrar medidas prometidas em campanha. É ela quem dá equilíbrio para uma sociedade mais justa.

O Acabou em Pizza é um projeto multiplataformas composto por estudantes de jornalismo e de Comunicação Social. Com uma equipe formada por futuros jornalistas, nada é mais importante para o Acabou em Pizza do que a plena liberdade de imprensa e de ações. E esta liberdade é ameaçada em uma situação de Estado de Exceção.

Por isso, o Acabou em Pizza também lamenta o fato de que o maior cargo do Executivo brasileiro, o presidente, Jair Bolsonaro, costume manifestar seu apoio ao golpe militar, muitas vezes chamando-o de ‘Revolução de 64’. Nós, do AeP, entendemos que qualquer ato que torturou, calou e matou centenas de pessoas, não deve ser comemorado, muito menos aclamado e requisitado.

Se alguma ditadura voltar a acontecer, canais independentes de informação, como o Acabou em Pizza, deixarão de existir. Críticas a governos, também. Independente dos recentes ataques à imprensa, é graças a ela que temos acesso aos fatos que acontecem no Brasil e no mundo. Só existem fatos confiáveis – e muitas vezes incômodos –  para serem lidos porque há liberdade de imprensa. O trabalho da imprensa não é agradar aos detentores do poder; o nosso dever é com os acontecimentos, noticiando os fatos e revelando aqueles escondidos. Afinal, como diria William Randolph Hearst, “Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”.

Como forma de homenagem, deixamos, a seguir, a lista de todos jornalistas mortos durante a ditadura. Que nunca mais tenhamos que ter uma lista de profissionais mortos por defenderem o direito à democracia. Que nunca mais aconteça. Que não se repita. Jamais.

Lista de jornalistas mortos ou desaparecidos na Ditadura Militar

Vladimir Herzog
Luis Eduardo da Rocha Merlino
Joaquim Câmara Ferreira
Edmur Péricles Camargo
Gilberto Olimpio Maria
Luiz Guilhardini
Antônio Benetazzo
David Capistrano da Costa
Hiran Lima Pereira
Ieda Santos Delgado
Jayme Amorim Miranda
José Roberto Spieger
Luiz Inácio Maranhão Filho
Mário Alves de Souza Vieira
Maurício Grabois
Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior
Pedro Ventura Felipe de Araújo Pomar
Rui Osvaldo Aguiar Pftzenreuter
Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto
Wanio José de Mattos
Lincoln Cordeiro Oest
Jane Vanini
Nestor Vera
Djalma Carvalho Maranhão
Sidney Fix Marques dos Santos

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Escrito por

Acabou em Pizza

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