Após a publicação do meu primeiro top 5 sobre filmes de animação, algo inusitado aconteceu no Acabou em Pizza: começamos a receber diversos comentários, alguns raivosos e outros construtivos. Gostaria de dizer que foi difícil, para mim, lidar com toda essa repercussão, mas procurei ouvir essas críticas e aumentar meu repertório de filmes. Durante o processo, surgiu a ideia de criar um novo Top 5. Algumas das produções eu já conhecia, mas outras tive o prazer de incorporar na minha bagagem cultural. Continuo aberto a possíveis críticas que virão após essa publicação e agradeço a todos.
Cineclick |
5 — Procurando Nemo
A busca de Marlin, um peixe-palhaço, pelo seu filho encantou uma geração. Como o filme se passa, na maior parte do tempo, no fundo do mar, os personagens são quase todos animais marítimos. Dory, uma amiga de Marlin que ajuda na busca por Nemo, se destacou tanto que ganhou seu próprio filme. O cuidado com os detalhes é nítido e o resultado é a entrega de uma fauna marítima bem diversificada e próxima da realidade. Infelizmente, a mensagem do filme não foi entendida por muitos de seus espectadores: o longa procura elucidar o quanto é importante a vida das criaturas no mar mas, com o sucesso da animação, o aumento de compra e captura de peixes-palhaço aumentou, desequilibrando a existência da espécie.
Zootopia se passa em um mundo onde os animais tornaram-se seres civilizados e convivem em sociedade numa maneira similar a dos humanos. Nesse contexto, é feita uma crítica a vários aspectos nocivos da maneira como nos comportamos. As espécies de animais representam a diversidade da espécie humana, com suas diferentes raças, religiões e sexualidades. Assim surge, também, o preconceito. A protagonista, uma coelhinha chamada Judy, é policial e tem de lidar diariamente com as descrenças em suas habilidades de desempenhar um bom trabalho. Os argumentos para o descrédito são que ela é pequena, mulher e que ser policial seria uma profissão masculina. Parecido com a realidade né? No entanto, essas críticas são sutis e o filme não procura fazer com que o espectador mude suas convicções, mas propõe uma importante reflexão para os dias atuais.
AdoroCinema |
3 — Rei Leão (1994)
Por muito tempo eu fui criticado por não ter assistido a esse, que seria o melhor filme de animação de todos os tempos. As expectativas já estavam tão altas que meu medo era assistir ao longa e detestar. Felizmente, isso não aconteceu. A história de Simba é encantadora, os personagens são cativantes e as canções divertidas, incluindo a clássica Hakuna Matata. Simba, após perder seu pai quando filhote, encontrou apoio na dupla Timão e Pumba, que criou o jovem leão até que ele atingisse a fase adulta, mostrando que o conceito de família pode existir de diversas formas. O antagonista Scar é outro personagem que se destaca, com seus trejeitos e maneira eloquente de se comunicar.
The National |
2 — Divertida Mente (2015)
Criar um filme que se passa dentro da cabeça de uma pessoa e ainda agradar a públicos de diversas idades é uma tarefa desafiadora. Divertida mente entrega isso com maestria. Enquanto acompanhamos o crescimento de Riley, percebemos como as emoções dentro dela tem que se adaptar. As emoções se transformam nos personagens Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho. Para facilitar o entendimento, essas emoções recebem cores distintas, assim como características de sua personalidade que condizem com o seu nome. As coisas começam a se complicar quando uma mudança repentina na vida de Riley causa um distúrbio com a Alegria e a Tristeza. Durante uma jornada pela mente da protagonista, as duas personagens precisam aprender a conviver uma com a outra. As alusões às diferentes áreas do cérebro são inteligentes e divertidas, como quando é mostrado de que forma são fabricados os sonhos. O desfecho é emocionante, assim como outros longas da Pixar. Esse, no entanto, inova e trabalha num campo que ainda era desconhecido pelas animações.
BBC |
1 — Viva: A Vida é uma Festa (2017)
Viva: A Vida é uma Festa emociona e encanta com a sutileza com que são abordados assuntos mais pesados. Usando o Dia De Los Muertos – data comemorativa da cultura mexicana – como pano de fundo, o longa retrata a morte de uma maneira única. Miguel é um garoto de 12 anos que sonha em ser músico, assim como seu ídolo Ernesto de La Cruz, mas sua família não o apoia. Contrariando os conselhos de sua avó, ele embarca numa aventura junto daqueles que já partiram, num mundo dos mortos repleto de cores e canções cheias de vida. A partir da grande reviravolta do filme, a carga emocional fica grande e aí é possível que comecem a cair algumas lágrimas (não que isso tenha acontecido comigo). A animação trás lições importantes sobre família e sobre o que fazemos com o nosso tempo ao lado de nossos entes queridos.
Viva: A Vida é uma Festa emociona e encanta com a sutileza com que são abordados assuntos mais pesados. Usando o Dia De Los Muertos – data comemorativa da cultura mexicana – como pano de fundo, o longa retrata a morte de uma maneira única. Miguel é um garoto de 12 anos que sonha em ser músico, assim como seu ídolo Ernesto de La Cruz, mas sua família não o apoia. Contrariando os conselhos de sua avó, ele embarca numa aventura junto daqueles que já partiram, num mundo dos mortos repleto de cores e canções cheias de vida. A partir da grande reviravolta do filme, a carga emocional fica grande e aí é possível que comecem a cair algumas lágrimas (não que isso tenha acontecido comigo). A animação trás lições importantes sobre família e sobre o que fazemos com o nosso tempo ao lado de nossos entes queridos.
Quillstreak |
E aí, sentiram muitas mudanças entre as duas listas de animação? Qual das duas vocês gostaram mais? Deixa a gente saber nos comentários.
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O conteúdo da coluna é de responsabilidade do autor.
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