Duas décadas atrás, Julia Roberts era sinônimo de comédia-romântica. Uma Linda Mulher (1990), Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) e Noiva em Fuga (1999) são algumas das produções de maior sucesso do gênero. Ao lado da atriz nos cartazes, George Clooney é outro veterano no gênero com seu já conhecido charme e cabelos grisalhos.
Em Ingresso para o Paraíso, a dupla se reúne pela quinta vez nas telas, agora, interpretando um casal divorciado. Sem nunca concordar em nada, o ex-casal finalmente encontra um ponto em comum: impedir o casamento de sua filha, Lily, interpretada por Kaitlyn Dever (Fora de Série), em Bali com Gede (Maxime Bouttier), um homem que conheceu há poucos dias.
A obra não busca fugir de caricaturas ou frases clichês – vide as piadas com bebidas (, como a clássica “deixe a garrafa”). Clooney e Roberts, com anos de experiência e entrosamento entre si, acertam o tempo cômico, apesar de não surpreenderem. A dupla consome praticamente todo o tempo de tela, deixando pouco espaço para o restante do elenco, que conta ainda com uma Billie Lourd (Star Wars) fora de tom em boa parte das suas participações no longa.
Vale ressaltar que Ingresso para o Paraíso impressiona com suas imagens. A paisagem de fundo faz honra ao título ao apresentar Bali e sua cultura local. A direção de Ol Parker, conhecido por Mamma Mia! Lá Vamos Nós De Novo, não chama muita atenção, recaindo em filmagens de drone e planos abertos do mar e das montanhas.
Mesmo sem ser surpreendente, Ingresso para o Paraíso consegue evitar obviedades e conflitos desnecessários. É um conforto para quem gosta do gênero ou dos atores, que deixam, aqui, uma obra esquecível e inofensiva. Ah, e fique até o final dos créditos. Os erros de gravação fazem rir mais do que algumas piadas.