Crítica: X-Men Fênix Negra

Após as críticas negativas recebidas por X-Men Apocalypse, a franquia se afasta do padrão apoteótico de filmes de super-heróis e volta a usar elementos mais sóbrios para contar sua história, com tom de despedida. No entanto, para o encerramento de uma saga, o espectador fica querendo mais. Dessa vez, os roteiristas optam por trabalhar com os mutantes que já haviam sido apresentados ao público anteriormente, sem perder tempo com personagens que só estariam ali por estar. Funciona, pois cada um recebe o destaque merecido, com a exceção de Mercúrio (Evan Peters). Ele faz falta demais no longa, assim como uma de suas cenas épicas presentes nos títulos anteriores.

Felizmente, nesse longa, ao contrário de em X-Men: O Confronto Final, Jean Grey recebe o destaque e protagonismo necessários para que fosse desenvolvido o arco da Fênix Negra. Sophie Turner retorna ao papel para encarar o desafio de mostrar o lado sombrio da heroína. A atriz é alvo de críticas por sua atuação desde seu papel como a Sansa Stark, em Game of Thrones. Aqui, mais uma vez, Sophie prova o quanto elas são injustas, transitando com facilidade pelas diversas emoções com que a personagem tem de lidar durante o filme e não decepcionando nos momentos em que contracena com atores mais experientes, como McAvoy e Fassbender.

O preconceito e opressão de minorias são temas recorrentes do universo dos X-Men. Em Fênix Negra, no entanto, a equipe começa a ser aceita pela sociedade e seus integrantes são, até mesmo, vistos como heróis. Isso vem com muito esforço e sacrifícios por parte dos mutantes e, numa alegoria aos tempos que vivemos, o longa mostra como esses avanços podem ser facilmente revertidos. 

Uma das novidades que o filme traz é a saída de John Ottman da trilha sonora, que ficou sob comando do vencedor do Oscar Hans Zimmer. A trilha, assim como o roteiro, gira em torno de Jean e ajudam na representação do conflito interno pelo qual a protagonista está passando.

Já o desfecho poderia ser bem maior do que foi. Inclusive, uma cena de luta anterior a ultima do filme é muito mais interessante. É agradável ver como a dinâmica dessa equipe funciona, mas os inimigos que eles precisam derrotar não apresentam uma ameaça à altura e isso acaba tornando o final do longa previsível. Podemos sentir o carinho que o diretor Simon Kinberg tem pela saga e seus personagens, se preocupando em entregar um material de qualidade. No final das contas, a despedida dos mutantes é eficiente, mas não memorável. Aguardemos o que o futuro lhes reserva, agora sob comando dos Estúdios Marvel.