Em poucos minutos de The Flash, vemos Bruce Wayne, Barry Allen e Diana Prince, além de Alfred e referências aos demais membros da Liga da Justiça. Somos apresentados a um mundo em que grandes destruições acontecem com frequência e o velocista escarlate é chamado para auxiliar o Batman de Ben Affleck.

Porém, após a cena do baby shower com um dos piores CGIs de 2023, o filme faz questão de se afastar de todo universo criado pela DC ao longo da última década. Não há nada de Batfleck, Henry Cavill ou até mesmo as novas adições de Shazam e Adão Negro. Em seu lugar, somos introduzidos a um segundo Flash interpretado por Ezra Miller mostrando sua capacidade de atuação e a Michael Keaton, adicionando uma grande dose de nostalgia à obra.

Em sua trama, Barry Allen descobre que consegue voltar ao passado e, contrário aos conselhos de Wayne, decide fazer uma pequena alteração para salvar sua mãe. No entanto, ao voltar, ele fica preso em uma realidade alternativa com uma versão de 18 anos dele mesmo, no dia em que recebe seus poderes.

Assim, The Flash nos mostra um mundo completamente diferente, em que Ciborgue nunca foi criado e Arthur Curry nunca nasceu. Mais do que isso, Kal-El não chegou à Terra e o planeta estará desprotegido frente à ameaça do General Zod, visto por último em Batman v Superman: Origem da Justiça.

The Flash tem consciência da exaustão da temática de multiverso e alterações do passado. Assim, o filme evita explicações desnecessárias, oferece um bom twist – mudança do futuro não é algo linear, portanto, altera também o passado, vide os espaguetes de Michael Keaton – e sabe brincar com as infinitas possibilidades com bom humor. 

O longa também presta um bom serviço no que tange sua consciência fora das telas, praticamente quebrando a quarta parede ao fazer um aceno para saúde mental. Tal temática saindo da boca de Ezra Miller, com todas as suas polêmicas ao longo dos últimos anos, não é nenhuma coincidência.

Ainda assim, é difícil enxergar The Flash sem ser uma grande colcha de retalhos. O longa passou por tantas reformulações, refilmagens e adiamentos que muita coisa foi alterada e fez com que o terceiro ato se tornasse algo menos coerente que o desejado.

Há potencial desperdiçado aqui. Porém, visto a bagunça massiva que The Flash poderia ser, o longa pode ser considerado um sucesso da DC. Afinal, a obra conta com algumas das melhores cenas já entregues pelo estúdio, além de possuir um estilo próprio sem ser ancorado na temática saturada de Zack Snyder. É engraçado e apresenta grandiosidade e velocidade. Ainda que instável, pela primeira vez vemos a DC tentando fazer algo diferente e, até certo nível, acertando em cheio.

Assista ao trailer:

The Flash

3

3.0/5
Escrito por

Alberto Fanck

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