Iniciada brilhantemente por Debra Hill e pelo mestre (sou suspeito pra falar) John Carpenter – que aqui assina como produtor executivo, o que muitas vezes não quer dizer nada, e compositor da trilha, nesse caso, sim, significa muito – em 1978, a franquia Halloween Kills foi revisitada e requentada diversas vezes ao longo destes mais de quarenta anos.
A sequência do lançamento de 2018 e que estreia nesta semana nas telinhas, parte exatamente dos acontecimentos do filme anterior, quando Laurie Strode (Jamie Lee Curtis), sua filha Karen (Judy Greer) e neta Allyson (Andi Matichak) acreditam terem finalmente posto fim em Michael Meyers (James Jude Courtney) e em sua infinita e inexplicável maldade. Porém, sabemos que o assassino mascarado sempre encontra uma forma de sobreviver.
Ao contrário do que se viu em 2018, quando o filme se concentra em mostrar uma Laurie mais forte, preparada a esperta, ma não menos despedaçada pela tragédia que lhe ocorrera quarenta anos antes, Halloween Kills mostra os efeitos dos estragos causados por Michael Meyers nas demais vítimas.
Liderados por Tommy Doyle, o menino salvo por Laurie Strode no primeiro filme, a cidade sai em cruzada atrás do psicopata de força descomunal, na ânsia de por um fim em todo horror. Porém, mais uma vez, sabemos que, quando se trata de Michael, esse plano tem tudo para dar errado.
A direção acerta ao, com êxito, manter o clima de urgência, tanto na caçada pelo assassino, quanto no perigo eminente que o mesmo oferece. Chama atenção a quantidade de mortes e cenas de gore. Apesar de ser um slasher, ou seja, gênero de filmes de terror onde há assassinos psicopatas que matam aleatoriamente, esse elemento era mais dosado nos filmes anteriores, especialmente no dirigido por Carpenter. Ainda assim, derrapa ao utilizar em demasia algumas convenções batidas de filmes de terror, como personagens convenientemente burros, especialmente quando o roteiro precisa que eles cometam erros.
Halloween Kills é claramente mais sangrento, mas apresenta mais problemas e convenções que seu antecessor, que soube trabalhar melhor com o roteiro. Nada, porém, que o transforme em um filme problemático. Oferece um bom exemplo de slasher e traz de volta as telonas um dos vilões mais queridos do cinema, acompanhado da famosa trilha sonora de Carpenter. Só isso já vale o ingresso.