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O desenvolvimento do personagem principal, Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), foi bem trabalhado pelo roteiro e, excepcionalmente, pelo ator. Phoenix provou mais uma vez, mesmo que sem necessidade, o seu talento e empenho ao criar o personagem. Com problemas neurológicos e uma risada perturbadora, Arthur possuí diversas camadas e suas ações são sempre coerentes dentro da incoerência de uma pessoa desequilibrada.
A direção de Todd Phillips (Se Beber Não Case) não é um ponto alto do filme. Apesar de ser adequada e coesa, o diretor pouco inova e se atém ao básico, deixando os elogios à parte técnica para outros aspectos. A trilha sonora, por exemplo, cumpre seus objetivos criando a tensão e o friozinho no estômago de quem assiste, com uma sensação de piedade mesclada ao horror. A fotografia também foi bem sucedida: planos fechados na hora certa e sem exageros deram mais dimensão às emoções do personagem e criaram a tão desejada intimidade com o espectador.
No período em que a Marvel investe em vilões mais complexos, como Thanos (Os Vingadores) e Erik Killmonger (Pantera Negra), fazendo-nos questionar nossos próprios princípios e, por vezes, ver razão nas suas atitudes radicais e violentas; já estava mais que na hora da DC fazer o mesmo, sem medo de críticas negativas ou polêmicas. Coringa entregou o que propôs e fez um estudo do famoso personagem em plena tela grande, elevando-o a um novo e mais humano, apesar de obscuro, patamar.