Querido Evan Hansen é uma adaptação do musical da Broadway, vencedor do Tony e do Grammy, de mesmo nome. A história acompanha Evan Hansen (Ben Platt), um jovem ansioso e com dificuldades de socialização. Em um mal-entendido, acaba mentindo sobre ser o melhor amigo de um colega de classe que cometeu suicídio, e se aproxima de sua família.
O filme parece ser fiel na história e também nas canções, mesmo para quem, como eu, nunca viu o musical nos teatros e só havia lido um ou dois artigos sobre a produção de sucesso. Querido Evan Hansen entrou em cartaz em 2016 e tem uma pegada inovadora que inclui na discussão temas como as redes sociais, que, na época, não tinham a força que têm hoje.
Apesar de contar com um elenco de peso, com Amy Adams, Julianne Moore e Kaitlyn Dever, a escolha de Ben Platt (o primeiro a interpretar Evan na Broadway) como protagonista gerou polêmica. É uma enorme distração ter um adulto de 27 anos no papel do menino de 17, estudante do ensino médio. A grande quantidade de maquiagem usada para disfarçar a idade não passa despercebida numa tela de cinema e, em cenas com muitas expressões faciais e close-ups é ainda mais perceptível.
De forma geral, a produção leva para o cinema um debate importantíssimo sobre ansiedade, depressão e suicídio de jovens, mas parece se estender muito. Em seus 137 minutos de duração, o filme termina sem amarrar o desfecho e perde em profundidade, apesar de temas muito discutíveis. Ainda assim, não deixa de emocionar. A qualidade das músicas e das performances é boa e, por vezes, tive de segurar algumas lágrimas. Relevando o casting de Platt e alguns outros pontos, o filme não é totalmente descartável e merece ser visto no cinema, principalmente por quem gosta de musicais.