Reprodução: CinePop |
Chega a ser irônico ver o diretor Thomas Vinterberg (A Caça), que foi parceiro de Lars Von Trier na criação do Dogma 95 e estrear com o excelente Festa de Família, assinar um filme de grande orçamento cujo o tema é um fato real, sendo que esse era exatamente o que Dogma 95 se colocava contra. Outro ponto curioso é perceber um diretor e um roteirista caminhando em sentidos opostos. Enquanto Robert Rodat tenta fazer de Kursk – A Última Missão um filme de ação e se apegando a clichês do gênero como um herói que é bom pai, bom marido, bom amigo, bom líder e com vilões mesquinhos e com a profundidade de uma xícara de chá, Vinterberg – que não é acostumado a blockbusters – tenta buscar maior dimensionalidade dos personagens: o espaço do submarino como agente da narrativa, a luta da esposa por informações e explicações junto às autoridades. Assim, o dinamarquês extrai belas cenas com planos longos e abertos para deixar claro que aquilo não era apenas um filme sobre uma catástrofe, mas também sobre os personagens afetados por ela, direta ou indiretamente e como o medo da morte, da solidão, do confinamento atua sobre eles.
A exploração do tema político é o ponto mais fraco, visto que apresenta de forma rasa a posição da Rússia perante ao oferecimento de ajuda internacional na missão de resgate, deixando de aproveitar um elemento de grande potencial.
Paris Filmes |
O elenco que tem Mattias Schoenaerts no papel principal, conta também com a sempre competente Léa Seydux e com o experiente ,mas nem tão eficiente Colin Firth.
Kursk – A Última Missão passa longe de ser um filme chato, ruim ou massante, mas essa distância é a mesma que se encontra de ser empolgante. O resultado de dois profissionais tão distintos fica confuso e conflituoso. O que se salva é perceber o quão competente e inspirado Thomas Vinterberg consegue ser.
Ficha Técnica:
Filme: Kursk – A Última Missão
Diretor: Thomas Vinterberg
Data de lançamento: 09 de janeiro de 2020
Elenco: Mattias Schoenarts, Léa Seydux, Colin Firth
Avaliação: 2/5