Atualmente no cinema mundial, filmes com temáticas sociais e raciais vêm ganhando espaço e há uma boa variedade de maneiras em que esses temas são abordado. Alguns desses filmes, como Infiltrado na Klan e Parasita, foram muito bem em premiações. Luta por Justiça, do diretor Destin Daniel Cretton, se soma a esses títulos como uma importante obra que se propõe a nos mostrar como estamos distantes de uma sociedade igualitária e como já estivemos ainda mais longe.
Baseado em uma história real, o filme mostra a luta de Brian Stevenson (Micheal B Jordan), um advogado idealista recém formado, e seu cliente, o injustamente condenado a cadeira elétrica Walter McMillan (Jamie Foxx). Mesmo com a evidente falta de provas, o advogado se depara com um sistema que, mesmo lento, engessado e preguiçoso, se esforça para entregar respostas que agradem a sociedade seletiva.
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O roteiro ignora os dramas familiares que cercam o caso de Walter, assim como passa muito brevemente pelas motivações de Stevenson, mas ainda assim é capaz de concentrar boa carga dramática por conta de uma direção que opta por soar realista e crua, fazendo com que o espectador perceba o quão real e atual essa história é. As atuações de Michael B Jordan e Jamie Foxx contrastam de maneira orgânica; um no papel de um advogado que precisa ser contido em suas emoções a fim de tranquilizar e levar certa esperança para seu cliente, e Foxx na pele de um homem condenado a morte que sabe de sua inocência. Os sentimentos do personagem são muito bem dosados, ora por quem entende sua injustiça e aguarda pacientemente a justiça, passando pela total falta de esperança que a verdade venha a superfície e ele finalmente goze da liberdade que lhe for tirada, até a explosão de raiva que um injustiçado tem todo direito de ter.
Luta Por Justiça não inova na narrativa, nem na direção, porém acerta ao fazer isso, pois nota-se que a intenção é contar o caso como ele realmente aconteceu e consegue nos fazer chorar, ranger os dentes de raiva e se emocionar.