Para aqueles que esperavam que 2021 trouxesse novos lançamentos de bons filmes, garanto que o longa russo A Viúva das Sombras não é o que estávamos aguardando. Aliás, passa muito longe de ser.
A experiência já começa errada quando nos primeiros minutos do filme percebo uma falta de sincronização entre as falas e os movimentos labiais dos personagens. Pauso, recomeço, “deve ser problema na minha internet”, penso, já que, devido à pandemia, as exibições para a imprensa acontecem de forma online. Retorno ao filme, e noto que não era impressão, o longa está dublado! Um filme russo dublado em inglês, legendado em português! Essa bizarrice coloco na conta da distribuidora, que provavelmente acreditou que um filme falado em inglês teria mais salas do que um em russo. Péssima decisão.
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A Viúva das Sombras, dirigido por Ivan Minin, tem a produção de Svyatoslav Podgayevskiy, que em 2017 nos presenteou com o não menos execrável “A Noiva”, acompanha um grupo de resgate em serviço nas florestas de São Petesburgo. Junto deles, por algum motivo, talvez para explicar a estética de falso documentário utlizada (que por sua vez deve ter sido adotada para justificar o trabalho de câmera mal executado) está uma repórter. Após executarem o resgate de uma mulher, coisas estranhas começam a acontecer. Numa mistura de A Bruxa de Blair com A Bruxa, a narrativa entra em círculos, com o roteiro criando situações para que os personagens encontrem dificuldades em deixar aquele lugar amedrontador. Assim segue até o final: um pouco mais de uma hora e vinte de situações que se não fossem constrangedoras, seriam cômicas, apesar da intenção de assustar, A Viúva das Sombras não acerta em nada, e a substituição do idioma original se soma às decisões erradas, passando por roteiro, direção e também a tentativa de distribuição da produção.
Filme: A Viúva das Sombras