Iniciada em 1997 pelo lendário Wes Craven, Pânico surpreendeu tanto o público quanto a crítica com seu terror metalinguístico e satírico. Sendo um dos maiores nomes e responsáveis por popularizar filmes slasher, Craven sabia como ninguém o quão saturado e repetitivo o subgênero se encontrava. Foi exatamente daí que ele tirou o que Pânico tem de melhor.
Passados mais de 25 anos do primeiro filme, chega aos cinemas o sexto (sim, o sexto) título da franquia. Assim como no filme anterior, que iniciou o reboot da franquia, a dupla de diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett retornam ao comando da produção, com a sempre difícil missão de substituir Craven, falecido em 2015.
Desta vez, a trama sai da fictícia cidade de Woodsboro. Os sobreviventes do massacre anterior, as Irmãs Sara e Tara Carpenter (Melissa Barrera e Jenna Ortega), junto com o casal de irmãos Chad e Mindy, se mudam para Nova Iorque em busca de novos ares, até ter suas vidas, mais uma vez, aterrorizadas por alguém com a conhecida máscara de ghostface.
Ao contrário dos filmes anteriores, este não inicia já fazendo menção a si mesmo através de Stab (um filme ficcional que surgiu depois dos assassinatos do primeiro filme). Ao contrário, a direção parece ter questão de fazer com que Pânico 6 seja um filme que se sustente sem usar o resto da franquia como bengala. O que se pode dizer é que consegue, mas parcialmente.
O paralelo da situação vivida pelo grupo de jovens com filmes de terror e suas sequências e franquias não deixa de ser citada, de forma até pouco sutil e um tanto apressada. Da mesma forma que os assassinos anteriores são citados diversas vezes a partir do segundo ato, porém, a fórmula já usada até aqui em todas obras de Pânico se faz presente, e funciona bem graças a um elenco eficiente.
O que mais chama atenção em Pânico 6 é a maneira gráfica em que os assassinatos são mostrados, claramente a mais sangrenta nesses 26 anos. Isso também é um grande mérito da direção, que soube aplicar o gore de forma que não soasse destoante da narrativa, e agradando aqueles que gostam de uma boa sangueira em cena.
Apesar de tentar se distanciar dos demais, Pânico 6 não deixa de voltar a sua fórmula padrão, entregando um filme eficiente e divertido, capaz de segurar o espectador e sua atenção.