Texto e fotografia: Eduarda Piltcher
A cantora africana Sampa The Great, esteve no Brasil para uma série de shows na qual Porto Alegre teve a oportunidade de apreciar, ou melhor, pulsar.
Mesmo com seu nome já adiantando o que haveria por vir, ela tomou o palco como uma figura que dali aparenta ser, feita e pertencente ao espetáculo. Sem ondulações, sua ardente apresentação permaneceu nessa frenética frequência do começo ao fim. Era possível observar alguns espectadores dedicados a decifrar o que ela bebia para descobrir a fonte do vigor, na expectativa de conseguir uma milésima fração.
Como se já não tivesse nos conquistado, no momento de despedida, a artista transformou sua arrebatadora postura forte em uma genuína e doce, revelando emoção e agradecimento pela recepção gaúcha. Sampa nos exibiu um espetáculo capaz de elevar os níveis de estímulos.
Aos curiosos pelo som – pois sim, suas músicas instigam a tola tentativa de chegar a uma definição do seu estilo, inarrável – a cantora cita ser influenciada pelo hip-hop, soul, R&B e jazz, mas, principalmente pelos ritmos “ tsuana” – botsuanos, como sua origem -, que exalam altas doses de energia, ritmo forte, assim como o recentemente popular “Amapiano”, variedade musical sul-africana que tem conquistado o público europeu.
Em seu primeiro álbum conquistou inúmeros prêmios, incluindo o cobiçado Australian Music Prize (AMP). Inclusive, ela foi a primeira a vencer esse título mais de uma vez. A questão é: impossível de descrever, contagiante e brilhante. Essa é Sampa The Great, artista que ainda muito ouviremos falar.