Em 2019, ao encerrar sua fase três, o futuro do Universo Cinematográfico da Marvel parecia incerto. Depois de eventos tão grandiosos que trouxeram, de forma inédita, diversos personagens para o mesmo filme, não seria possível retroceder a tempos mais simples. Era preciso expandir. Ampliar seu universo e testar seus próprios limites para narrar as próximas histórias dos heróis. Kevin Feige, o chefão da Marvel Studios, tinha algo ousado em mente. Com um elenco estelar e Chloé Zhao, uma diretora que ainda não havia feito adaptações de quadrinhos, ele decidiu dar vida aos Eternos

Criados pelos Celestiais, os Eternos são entidades imortais superpoderosas enviadas à Terra para proteger o planeta dos Deviantes, predadores de toda forma de vida. Após derrotarem todos os Deviantes, os Eternos decidem ter vidas normais com a condição de não interferirem no curso natural da humanidade. Assim, passam-se anos até que eles tenham de se reunir novamente por conta de uma nova ameaça. Quando Sersi (Gemma Chan), Duende (Lia McHugh) e o humano Dane Whitman (Kit Harignton) são atacados em Londres por um Deviante, Ikaris (Richard Madden) aparece para ajudá-los. Ao perceberem que seus maiores inimigos estão de volta, eles decidem ir até Ajak (Salma Hayek), a líder dos Eternos, em busca de ajuda. No entanto, o desafio é ainda maior e pode significar a extinção da Terra. 

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Apresentar uma equipe de personagens tão vasta e diversa num universo já solidificado não é tarefa fácil. O roteiro co-escrito por Chloé Zhao, Patrick Burleigh, Ryan Firpo e Matthew K. Firpo realiza, com maestria, o objetivo. De forma natural, vamos conhecendo a história desses seres alienígenas e entendendo qual o papel deles neste universo. O tempo de tela é bem dividido e a dinâmica entre eles é fluida, contribuindo para o andamento da história. Para contar esse épico que remete ao gênesis, o começo de tudo, a diretora vencedora do oscar Chloe Zhao precisou de quase três horas de duração. Embora seja necessário bastante tempo para narrar uma história dessa magnitude, o ritmo do longa sofre algumas dificuldades no decorrer do percurso. Existem momentos em que o desenvolvimento parece lento, mas, aos poucos, o filme encontra seu tom. 

Mesmo não havendo uma interação prévia entre os Eternos e os outros personagens da Marvel nos cinemas, foram colocadas diversas referências aos eventos que já aconteceram até aqui. Dessa forma, é feita uma ligação natural entre um filme que soa tão diferente dos outros, mas que está, ainda assim, inserido no universo cinematográfico.

Um dos maiores trunfos de Eternos é, sem dúvidas, seu elenco estelar. Além disso, diversificado. A representatividade está presente como nunca antes no MCU. Seja com a presença de Makkari (Lauren Ridloff), a primeira super-heroína surda da Marvel, ou com Phastos (Brian Tyree Henry), um herói gay e negro que vive com seu esposo e filho. Essas representações inéditas mostram que a Marvel está indo no mesmo caminho da sociedade que quer e merece se identificar com os personagens das telonas. 

Os Eternos é um projeto extremamente ambicioso. Um épico sobre amor, fé, religião e outros elementos que nunca antes foram protagonistas em filmes de super-heróis. A Marvel está, claramente, olhando para o futuro. Criando pontes cada vez mais largas entre seu próprio mundo. O longa de Chloé Zhao, que conta com nomes como o de Angelina Jolie no elenco e uma fotografia estonteante, é um excelente primeiro passo nessa direção. 

Assista ao trailer

Eternos

4.5

4.5/5
Escrito por

Cainan Silva

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