Reprodução: pt.best-wallpaper.net
O primeiro filme da Marvel Studios protagonizado por um mulher finalmente saiu do papel. A expectativa em cima de Capitã Marvel estava alta, pois sua missão desencadeará nos eventos de Vingadores: O Ultimato. Uma grande responsabilidade para a heroína mais poderosa do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel).

A Capitã Marvel é Carol Danvers. Ela é recrutada pelos Kree para fazer parte de seu exército. Inimiga dos Skrull, ela retorna para a Terra, seu planeta de origem, para combater a invasão dos metamorfos, porém acaba descobrindo a verdade sobre seu passado. Antes de ser uma heroína, Carol Danvers era agente da Força Aérea norte-americana.

O roteiro assinado por Anna Boden e Ryan Fleck, assim como a direção, não segue a linearidade. Ele brinca com a falta de memória da protagonista para construir a história e desenvolver os personagens. No entanto, quem esperava algo mais inovador ou super feminista, pode não gostar. Mesmo que o discurso feminista esteja presente, os roteiristas abordam esses momentos com sutileza, deixando que a falta de conhecimento sobre essa causa nos anos 90 não glorifique por completo o girl power. Essa pode ter sido uma das principais sacadas do longa, afinal, apresentar uma personagem conhecida apenas nas HQ’s, e retratá-la para o universo Marvel sem deixar a representatividade feminina de lado é uma tarefa difícil. Danvers fica no meio termo.
O filme traz Carol Danvers (Brie Larson) como uma mulher forte e determinada, mas que não sabe de tudo. Não interessa a situação, ela sempre segue em frente. A parceria com Nick Fury (Samuel L. Jackson) é uma ótima ponte para ambos os lados. Fury é ainda um agente experiente da S.H.I.E.L.D que está prestes a formar a iniciativa Vingadores. Já o reencontro com sua melhor amiga, Maria Rambeau (Lashana Lynch) explora as lembranças de Danvers na Terra. No entanto, o irreverente jeito vilanesco de Talos (Ben Mendelsohn), líder Skrull, é o que rouba a cena. Apesar de estar escondido por trás da bela maquiagem, carrega a trama do filme com um carisma admirável.

Não se engane, Larson é uma excelente atriz, mas aqui fica difícil saber se foi a zona de conforto ou problemas na direção que a deixaram apática. A confiança e seu jeito durona está representado na pose da personagem, mas nada além disso. Nos momentos mais emocionais, onde poderiam utilizar seu talento, a expressão facial continua a mesma. É impossível sentir seus sentimentos, apenas absorvemos o quanto ela é forte. Samuel L. Jackson tem uma papel muito importante. Pela primeira vez olhamos para um Fury menos inexperiente extrovertido. Mas a necessidade de alívio cômico recai sobre o personagem, um erro. Ele tinha muito mais a oferecer do que ser uma ponte para a personagem.

Os representantes do lado Kree, como Jude Law no papel de Yon-Rogg, comandante da Star Force e Annette Bening como Mar-Vell, da inteligência suprema, estão bem: não ajudam mas também não atrapalham. O gato Goose, da raça Flerken, é usado da maneira correta. Mesmo com as piadas constantes em torno dele, o mistério sobre o personagem mantém a atenção do público. O gancho mais importante, a amizade de Danvers com Maria Rambeau, é superficial diante dos flashbacks. Quando estão juntas é difícil comprar a amizade das duas. 

Reprodução: Estação Nerd
O momento mais esperado do filme era a transformação do uniforme para o tradicional, já que na maior parte do tempo ela utiliza o dos Krees. Confesso que foi uma decepção. Utilizaram Monica Rambeau, filha de sua amiga, para fazer parte do processo. Uma atitude legal, conseguimos ver as diversas variações de cores que a Capitã poderia vestir. No entanto, não souberam aproveitar. Deveria ter sido memorável.

As referências permutam o longa inteiro. Somos lembrados a todo momento de que estamos nos anos 90. Um falha, pois essa nostalgia continua na trilha sonora. Não que isso seja necessariamente ruim, aliás, ouvimos grandes sucessos, porém a personagem não tem sua própria música. Não vou entrar em méritos de competição, pois ela não existe, mas até mesmo sua irmã Mulher-Maravilha tem uma melodia a qual possamos nos identificar. Os efeitos visuais são bons e o rejuvenescimento de Nick Fury é feito com perfeição. E a esperada homenagem a Stan Lee veio da forma mais inesperada.
Carol Danvers não precisa provar para ninguém do que ela é capaz. A fórmula Marvel de fazer filmes não é deixada de lado no longa, existe apenas a necessidade de construir a personalidade de uma nova heroína. A trama segue o estilo comum: um herói tentando salvar o mundo, consegue entreter e contribuir para o MCU. É um bom começo para a Capitã.

P.S: Só não esqueça das duas cenas pós-créditos, uma delas vai chacoalhar suas emoções.

Ficha Técnica

Filme: Capitã Marvel

Diretor: Anna Boden e Ryan Fleck
Data de Lançamento: 07 de Março de 2019
Atores: Brie Larson, Samuel L. Jackson, Jude Law e Annette Bening
Avaliação: 3/5

Trailer:

Escrito por

Andressa Mendes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *