Crítica: MIB – Homens de Preto Internacional

Em 1997, o primeiro filme intitulado MIB: Homens de Preto chegava aos cinemas com a dupla Will Smith e Tommy Lee Jones rodeada de ação, aventura e muitos alienígenas que brincaram com o nosso imaginário. Foi um sucesso.

Em MIB: Homens de Preto Internacional, a dupla é outra. Tessa Thompson e Chris Hemsworth já trabalharam juntos em Ragnarok (2017) e repetiram a dose na sequência Vingadores: Ultimato (2019). É fato, eles atuam bem juntos. Na nova trama da franquia, a personagem Molly, ainda pequena, teve uma experiência com um alienígena e, por isso, se tornou agente. Depois de ir para a divisão londrina do MIB, ela conhece o famoso e galã agente H. Ambos acabam envolvidos em um misterioso caso de assassinato, que os leva a uma aventura ao redor do mundo.

A trama flerta bastante com os filmes anteriores, mas ao mesmo tempo tenta criar um nova identidade. A direção é mais do mesmo, F. Gary Gray não se arrisca, mas faz sequências bem ensaiadas, sem deixar a ação contaminar a tela. No entanto, os vilões, gêmeos, são absurdamente caricatos. Embora estejamos falando de seres alienígenas e, por si só o termo já causar estranheza, os dois são extremamente vazios, sem personalidade e repletos de frases prontas. Parecem estar ali apenas para cumprir o papel de ameaças. Porém, a produção, assim como a trilha sonora, são os pontos altos. Alguns brasileiros, inclusive, vão identificar uma figura muito conhecida nossa, em uma pequena participação.

A agente M (Tessa Thompson) é a peça central, pois é através dela que olhamos para esse novo universo. A personagem é inteligente, determinada e empoderada, mas sofre com o roteiro, que em muitas situações a expõe. Se não fosse pelo carisma da atriz, estaríamos perdidos. O mesmo acontece com o agente H (Chris Hemsworth), que acaba interpretando uma nova versão de Thor. O roteiro nem tenta elencar outra personalidade para o ator, que coleciona mais um momento no qual o seu físico é sua maior qualidade. Estranho, pois em uma entrevista no ano passado, Hemsworth disse estar cansado de tirar a camisa em seus filmes. Mesmo com todos os problemas dos personagem, a dinâmica da dupla funciona muito bem e arranca momentos cômicos.

Outros personagens, como os agentes T (Liam Neeson) e Agente O (Emma Thompson), apesar de serem interpretados por atores consagrados, são mal aproveitados. Até mesmo Riza (Rebecca Ferguson), outra vilã, é mal desenvolvida. Me pergunto quando a indústria cinematográfica deixará a atriz brilhar, já que seus trabalhos nos últimos anos foram somente secundários. Não caia da cadeira, mas o melhor personagem é um alienígena, Pawny (Kumail Nanjiani).

MIB Homens de Preto: Internacional é um ótimo filme de entretenimento – e cumpre tão bem esse papel, que em algumas situações até comprei o que estava vendo. No entanto, a preguiça e a exposição barata, além da artificialidade dos personagens, fazem do longa apenas mais um entre tantos.