Reprodução: IGN Brasil
A adaptação da famosa HQ de Garth Ennis demorou. Afinal, ninguém quer ver super-heróis violentos e antiéticos. Mas aleluia!, esse dia finalmente chegou. 
Baseada nos quadrinhos publicados pela Dynamite Entertainment entre 2006 e 2008, The Boys segue a história de Hughie Campbell (Jack Quaid), um jovem que perdeu sua namorada em um acidente envolvendo Trem-Bala (Jessie T. Usher), um super velocista. No entanto, Hughie percebe que o herói não pagará por seu erro e junta-se com um misterioso homem chamado Billy Butcher (Karl Urban) e sua equipe. Assim, eles elaboram um plano de vingança para acabar de vez com a farsa por trás da corporação que estão os super-heróis. O ator e idealizador da série Seth Rogen, juntamente com Evan Goldberg,  teve a difícil missão de adaptar a HQ para a televisão, porém, contou também com um veterano acostumado com coisas que fogem do comum: Eric Kripke, criador de Supernatural, se uniu a dupla. 
O glamour por trás das vida heróis é superado pela realidade. Eles são seres mimados, desprezíveis, fabricados em laboratórios, que servem apenas para vender brinquedos e tirar selfies.  A narrativa se apressa. Nos primeiros episódios, somos apresentados a vida entediante de Hughie e suas motivações emocionais. O contraponto é o personagem Buther, tão sinistro que só passamos a admirá-lo quando descobrimos sua verdadeira identidade. No entanto, o roteiro se apega ao humor-negro e, em alguns momentos, se torna cansativo.
Mas a grande sacada é usar o gênero sem esquecer dos personagens e isso, Kripke faz com sabedoria. Alguns heróis como Starlight (Erin Moriarty) ganham mais destaque e, por consequência, acabam conquistando o público com muito carisma – assim como Capitão Pátria (Erin Moriarty), um homem gracioso, mas capaz de fazer qualquer coisa por si mesmo. Ele acredita tanto que está fazendo o bem, que você se vê comprado por ele. A intenção de deixá-los mais humanos perpassa pela personagem de Maeve (Dominique McElligott), que é a mulher-maravilha mais complexa que você irá conhecer. Outros como Trem-Bala e The Deep (Chace Crawford) são os estereótipos necessários para engrenar a trama. 
O elenco de apoio conta com grandes nomes e atuações pouco contidas. Com bastante violência e cenas explícitas, a série não se agarra a isso para respirar. Agora, não é mais o coração quem manda, mas o capitalismo. Os heróis não se intimidam com mentiras e sujeiras. Alguns até comemoram as sangrentas glórias. A qualidade cinematográfica da série é boa, com cenas de ações convincentes e com um ótimo CGI (Computer Graphic Imagery). Porém, o recurso de congelar a cena acaba repetitivo demais. The Boys não é uma releitura fiel das HQs mas, vista como uma paródia da Liga da Justiça, consegue se sustentar até o final. Entretanto, não é livre de classificação: o humor ácido e algumas inversões na trama faz com que a série não agrade a todos. 


Trailer:

Escrito por

Andressa Mendes

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