Crítica: Vai Que Cola 2 – O Começo

Ao longo do primeiro ato somos apresentados aos personagens e todos os estereótipos que eles representam.  Começamos por Ferdinando (Marcos Magella), um rapaz que sai do interior para realizar o sonho de ser artista, e passamos por Maicól (Emiliano D’ávila), um jovem vindo da Bahia que, além de ser muito bonito, tem uma ingenuidade muito forçada – preciso ressaltar que tudo aqui é muito forçado e nada orgânico. Enfim, chegamos ao centro das ações: o bairro Méier no Rio de Janeiro, onde conhecemos Dona Jô (Catarina Abdala), uma mãe carinhosa, protetora e ingenua por demais, sua filha Jessica (Samantha Schmütz), Lacraia (Silvio Guindane) e claro, Terezinha (Cacáu Protásio), essa que talvez seja a personagem mais trabalhada em cima de estereótipos, e seu companheiro, o ex presidiário, dono do morro do Cerol e pacifista, Tiziu (Fábio Lago).

Num primeiro momento fica difícil entender onde a historia quer nos levar, talvez por eu não ser familiarizado com o universo da série. Entendo que o filme faz muitas voltas e exagera em piadas que provavelmente funcionem em episódios de 20 minutos, mas definitivamente não tem o mesmo folego pra sustentar um longa de 90 minutos. Quando finalmente entendemos que a trama gira em torno do tesouro escondido de Tiziu, a  coisa desanda.O curioso é que ela desanda exatamente por não mudar, pois o ritmo segue o mesmo, não há arco narrativo em nenhum dos personagens, as piadas são desencaixadas e irritantemente forçadas, e assim, o filme se arrasta para um final bem previsível. Realmente, não há muito o que defender. Talvez quem conheça a série possa gostar de ver os personagens por uma hora e meia numa tela grande, mas nada salva uma história pobre, repetitiva e que força muito a barra com um humor a base de personagens estereotipados.