Foto: Luis Macedo | Gazeta do Povo |
Acontece hoje, em Brasília, duas importantes eleições que ajudarão a definir o rumo do Brasil nos próximos quatro anos: a da presidência da Câmara de Deputados e do Senado. É hoje também que tomam posse os 54 senadores e 513 deputados eleitos.
Os presidentes do Senado e da Câmara se encarregam de importantes responsabilidades. É o presidente da mesa dos Deputados, por exemplo, que escolhe quais pautas serão levadas à votação e a ordem em que elas vão ser apresentadas. Essas escolhas, muitas vezes, ajudam a definir o sucesso ou o fracasso de uma aprovação de lei.
Com o governo querendo aprovar o mais rápido possível a reforma da previdência, é fundamental que seja eleito um nome que concorde com as mudanças estabelecidas no novo acordo previdenciário.
O principal nome e favorito à presidência da Câmara de Deputados é Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro. Maia é o atual presidente e concorre à reeleição. Ele conta com o apoio de 16 legendas partidárias que, juntas, somam 406 deputados. O favoritismo é tão grande que especialistas apontam vitória em primeiro turno.
No Senado, a discussão é mais intensa. Ontem, em reunião do MDB, a maioria escolheu Renan Calheiros (MDB-AL) para representar o partido nas eleições do Senado. Ao total, espera-se que oito nomes se candidatem para a vaga de presidente da mesa, entre eles, o presidenciável das eleições passadas, Álvaro Dias, do Podemos. Para ser eleito, o candidato precisa receber no mínimo 41 votos. O presidente do Senado também ocupa o cargo de presidente do Congresso Nacional, ou seja, ele comanda as sessões conjuntas de deputados e senadores.
Evaristo Sá | AFP |
Como vai funcionar?
As eleições ocorrerão após a cerimônia de posse de deputados e senadores, respectivamente. Os deputados foram empossados em cerimônia pela manhã. Durante a tarde, as legendas poderão se organizar e estabelecer quem serão os reais candidatos. A eleição deve ocorrer no final da tarde.
Já no Senado, a posse será realizada em uma rápida cerimônia às 15h. Acredita-se que a eleição, neste caso, ocorrerá por volta das 18h.
Os dois cenários se diferem, porém. Na Câmara, a expectativa é uma eleição rápida e com o nome quase certo de Maia como vencedor. No Senado, desentendimentos em relação ao funcionamento do processo de votação podem atrasar a eleição: pela manhã, foi divulgado edital informando como funcionará a votação no Senado: com voto secreto. Apesar disso, espera-se que um grupo de senadores manifestem desejo de votação aberta. Esta discussão deverá render algum tempo a mais na reunião.
É importante ressaltar, porém, que apesar dos partidos manifestarem apoio à uma candidatura específica, congressistas que desejam concorrer à presidência, podem fazer isto de maneira autônoma, sem o apoio de sua legenda.
No caso dos deputados, além de Maia, nomes como Fábio Ramalho (MDB-MG), General Peternelli (PSL-SP), João Henrique Caldas (PSB-AL), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Ricardo Barros (PP-PR) já estão praticamente confirmados.
Nos bastidores de Brasília, não se fala em outra coisa. O governo aguarda ansioso para ver quem irá se eleger. Aliás, fala-se que este é o momento mais importante da política brasileira desde as eleições de outubro.