O gênero do horror sofreu uma revolução nos anos 70. Filmes como O Exorcista (1973), Halloween (1978), Tubarão (1975), Alien (1979), Suspiria (1977) e, posteriormente, A Hora do Pesadelo (1984) e Sexta-Feira 13 (1980), deixaram uma marca que se estende até as produções atuais. Não à toa que inúmeras sequências destes títulos foram feitas, geralmente encontrando pouco sucesso.

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Entretanto, os últimos anos foram chacoalhados com cada vez mais produções de terror sendo elogiadas pela crítica. Após Robert Eggers (A Bruxa, O Farol) e Ari Aster (Hereditário, Midsommar) inaugurarem a nova etapa do gênero com o “horror elevado”, os holofotes permitiram que novas produções fossem feitas, dessa vez com mais dinheiro e atenção da crítica. Assim surgiu Halloween (2018), de David Gordon Green, Suspiria (2018), de Luca Guadagnino, Pânico (2022), do duo Radio Silence, e, mais recentemente, Massacre da Serra Elétrica (2022), de David Blue Garcia.

Ao contrário dos demais exemplos, o novo filme de Leatherface não busca ser pretensioso ou apresentar um comentário dos tempos atuais. Embora haja um conjunto crítico de subtramas, abordando desde a gentrificação dos millennials “do bem” até os tiroteios ocorridos em escolas americanas, o foco do filme passa longe disso.

Assim como na obra original de Tobe Hooper, somos apresentados a um grupo de jovens a caminho de uma cidade no interior do Texas – desta vez fantasmagórica Harlow. Com o intuito de montar um “mundo melhor”, dois chefs solidários encontram-se no seu novo lar à espera de um ônibus cheio de investidores.

Não demora muito para a violência entrar na trama. Após uma sequência caótica envolvendo uma residente de Harlow, Leatherface ressurge após 50 anos, sem mostrar seu rosto, claro. O aparecimento do icônico personagem conta com duas imagens impressionantes em um campo de margaridas.

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Permanecem na trama a violência e o gore tão clássico da franquia, que foi responsável por popularizar o splatter em solo americano após a sua criação com José Mojica Marins (À Meia Noite Levarei Sua Alma), Herschell Gordon Lewis, David Friedman (Banquete de Sangue) e Nobuo Nakagawa (Jigoku).

No lugar de críticas e de um roteiro mais bem trabalhado, David Blue Garcia, na companhia do roteirista Chris Thomas Devlin e dos produtores Fede Alvarez e Rodo Sayagues (dupla responsável por A Morte do Demônio, 2013), escolhe a despretensão e gasta seus cartuchos na elaboração de mortes cada vez mais criativas.

Massacre da Serra Elétrica é um filme que queima rápido. Seus 85 minutos passam voando e não deixam muito para interpretação do espectador. A experiência de assistir à nova sequência – ou requel, como quiserem chamar – possui o seu fim em si mesmo. Nada segue adiante e talvez seja justamente essa a intenção.

Assista ao trailer

Massacre da Serra Elétrica

2.5

2.5/5
Escrito por

Alberto Fanck

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