Reprodução: Tem Alguém Assistindo

Onze anos depois do primeiro Homem de Ferro, a Marvel se tornou referência quando o assunto é filmes de super-heróis. Muitas coisas evoluíram desde da Fase 1, que  ainda contava com O Incrível Hulk (2008), Homem de Ferro 2 (2010), Thor (2011), Capitão América: O Primeiro Vingador (2011), Vingadores (2012). Já na Fase 2, temos Homem de Ferro 3 (2013), Thor: O Mundo Sombrio (2013), Capitão América: O Soldado Invernal (2014), Guardiões da Galáxia (2014), Vingadores: Era de Ultron (2015) e Homem-Formiga (2015). O estúdio passou a investir mais em roteiros de ação e adrenalina como peça chave. Uma das obras-primas é Soldado Invernal – considerado, por mim, o melhor dessa fase. Mas foi na fase 3 que o estúdio se arriscou mais e apostou em estilos diferentes, como a comédia escrachada de Thor Ragnarok (2017), Doutor Estranho (2016), Homem-Formiga e a Vespa (2018) e Pantera Negra (2018), trama que foi além da trajetória do herói e elevou o nível da produção cinematográfica. No entanto, a Marvel precisou dar continuidade e surgiu a heroína mais poderosa do universo: Capitã Marvel. Sucesso absoluto de bilheteria, ela seria, a partir dos acontecimentos em Ultimato, a nova líder. O produtor Kevin Feige disse em uma entrevista para a revista Vanity Fair, que haveria dois períodos: tudo antes dos Vingadores 4 e tudo depois. Concluindo, assim, um ciclo. 

Após os eventos de Guerra Infinita, o universo está em ruínas, memoriais foram construídos ao redor do mundo em homenagem à entes queridos e a dor da perda ainda é um fato recente. Determinados a deter Thanos, os Vingadores se reúnem mais uma vez para desfazer a tragédia e restaurar a ordem. Os diretores e irmãos Anthony e Joe Russo colecionam diversos filmes no MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) e, em Ultimato, eles se encontram na sua zona de conforto. No entanto, para realizar o longa, eles tiveram a “difícil” tarefa de fazer um mapeamento das outras histórias, para chegar a conclusão. Como fã, estava ansiosa para ver como eles iriam juntar as peças para esse final. Minhas expectativas foram atendidas. Assim como no filme anterior, meu grande receio era se todos os personagens conseguiriam ganhar destaque e, mais uma vez, fui calada. Com ritmo acelerado, Guerra Infinita centrou-se em Thanos e nas relações dos veteranos com os novos personagens, além de muita ação, claro. Já em Ultimato, o foco central está nos primeiros vingadores. Eles continuam lutando contra seus próprios fantasmas mas, até mesmo quando tudo está destruído, mantêm a esperança.


O roteiro é assinado por Christopher Markus e Stephen McFeely. Familiarizados com o universo da Marvel, eles tinham a missão de resgatar a humanidade dos personagens. O mundo está caótico e as pessoas que permaneceram tentam recuperar suas vidas, assim como os heróis. Com ritmo fluido e muita ação, o filme não tem pressa para acontecer. A relação entre Tony Stark (Robert Downey Jr.) e Capitão (Chris Evans) é bem trabalhada. Eles nunca entravam em consenso e isso rendia desentendimento entre ambos, mas, aqui, isso fica de lado e a amizade construída em cima da confiança é a chave para o desenvolvimento da situação. A forma como evoluíram a história dos personagens é incrível. Como é bom ver os dois líderes brilharem. O mesmo acontece com Thor (Chris Hemsworth), que saiu da pose de galã e encontrou sua verdadeira personalidade. Ele está ainda melhor que em seu último filme solo. Cada vez mais poderoso e engraçado, é uns dos personagens mais notáveis da trama. O mesmo pode se dizer do Hulk “Bruce Banner” (Mark Ruffalo) que, depois de não dar as caras em Guerra Infinita, agora veio para ficar. Enfim, saber aproveitar Banner e Hulk juntos foi uma das coisas mais assertivas do roteiro. É até possível sonhar com um filme solo no futuro. 

Já a Viúva Negra “Natasha Romanoff” (Scarlett Johansson) continua lidando com as consequências do passado e refletindo sobre um velho amigo. Ela tem um dos feitos mais louváveis na trama. Gavião Arqueiro “Clint Barton” (Jeremy Renner) não apareceu no último filme, mas nesse ele ganha o destaque que tanto mereceu. A amizade entre ele e Natasha cresce e ganha peso. Além dos primeiros vingadores, Nebula (Karen Gillan) e Rocket (Bradley Cooper) também ganham destaque. Depois de fazer as pazes com sua irmã Gamora (Zoe Saldana), ela agora luta junto com a equipe para parar Thanos, assim como Rocket, que mais uma vez nos conquista com seu senso de humor. A Capitã Marvel (Brie Larson) tinha motivos para voltar, visto que a Terra não foi a única a sofrer com o estalo de dedos do titã louco. Diferente de em seu filme solo, mesmo com poucos minutos em tela, a personagem conseguiu me surpreender: a personalidade durona está ali mas, além disso, temos o carisma. Ela é a prova de como uma direção pode interferir no resultado final. 

Thanos (Josh Brolin) ainda é temível. O CGI (Imagem Gerada por Computador, em inglês) continua perfeito. A profundidade que o personagem transmite é sensacional. Seu plano de dizimar a metade do universo é insano, mas mesmo assim é compreensivo. Ele dispensa qualquer conquista ou título, seu único desejo é a paz. Com três horas e um minuto, o longa não tem pressa e  centraliza-se na dinâmica entre os heróis, que está ainda melhor. Tudo o que ficou em aberto é costurado. Repleto de easter-eggs (surpresas e referências escondidas), Ultimato é o maior fanservice já feito na história do cinema. A tão esperada batalha final faz jus aos heróis e aquece o coração de qualquer fã. Ela explodiu minha mente e com certeza vai fazer o mesmo com a sua. Além das típicas piadinhas do estilo Marvel, o longa é resultado de um sacrifício feito pelos Vingadores ao longo desses anos. É impossível não se emocionar.  Outro ponto importante é a trilha sonora composta por Alan Silvestri, que eleva o tom das cenas e serve como transições entre os personagens.

Vingadores: Ultimato é uma carta de amor para os fãs. Audacioso e impecável, é um espetáculo sonoro e visual. É o fim de uma fase e, a partir de agora, um novo ciclo vai começar no MCU. É difícil olhar para o passado e dizer adeus. Nossos heróis cumpriram seus deveres e nos deram, ao longo desses onze anos, uma razão para acreditar que o melhor ainda está por vir. Avante, Vingadores!

E obrigada, Marvel. 
Ps: O filme não tem cena pós-créditos, mas se você ainda tiver paciência para esperar, limpe bem os seus ouvidos e fique atento.

Ficha Técnica

Filme: Vingadores – Ultimato
Diretor:  Anthony e Joe Russo
Data de Lançamento: 25 de Abril de 2019
Atores: Josh Brolin, Brie Larson, Don Cheadle, Paul Rudd, Tessa Thompson, Karen Gillan, Chris Evans, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Robert Downey Jr.
Avaliação: 5/5

Trailer:

Escrito por

Andressa Mendes

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