Crítica: A Forma da Água

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The Shape of Water é o filme, visualmente, mais bonito e poético do ano. Mérito da fotografia de Dan Lauster e da premiada direção de Guillermo Del Toro. Cada quadro do filme poderia, facilmente, virar uma obra de arte. A Forma da Água conta a história de Elisa, uma faxineira muda de um laboratório secreto americano em plena Guerra Fria, que acaba se apaixonando por uma criatura aquática que é mantida em cativeiro e torturada neste mesmo laboratório. A paixão faz com que ela planeje um arriscado plano de resgate, e para isso, Elisa conta com a ajuda de seu vizinho, Giles, e sua colega de turno, Zelda, interpretada de maneira brilhante (como sempre), por Octavia Spencer.

Sally Hawkins é o exemplo de que as falas são secundárias para uma tremenda atuação. Em sua expressão, podemos entender todas as angústias, preocupações e sentimentos de Elisa. Atuação primorosa que ultrapassa a expressão facial e é tomada por todo corpo. Todos os gestos de Sally estão em perfeita sintonia com a ideia do filme. Não é a toa que Sally dispara, juntamente com Frances McDormand e Saoirse Ronan, como uma das favoritas do Oscar.

A maneira como o filme é construído, seu roteiro apaixonante, atuações fenomenais e incrível direção fazem deste um dos filmes com maior probabilidade de ganhar a estatueta. A única ressalva é que, em algumas partes do roteiro, há a tentativa forçada de evidenciar um preconceito (que claramente existia) na década de 60. Em uma cena em específico, o roteiro escapa da história do filme só para mostrar um preconceito racial. Em outros momentos, quando o preconceituoso é o chefe do laboratório, aí o roteiro volta a se encaixar e a cena faz sentido. Isso porém, de nada atrapalha a bela história contada e mostrada para a audiência em um espetáculo de imagem e trilha sonora.

Falando nisso, a trilha sonora é quase um personagem por si só. As músicas são bonitas e se encaixam perfeitamente nas cenas. No final, é uma história de amor, aos moldes de Del Toro. O filme já conquistou, por melhor filme, o Critics Choice Awards, o Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza, e prêmios como Afi Awards, Dallas-Fort Worth Film Critics Association Awards, Chairman’s Vanguard Award da Palm Spring International Festival, Phoenix Critics Circle, Phoenix Film Critics Society Awards e St. Louis Film Critics Association.

Ficha Técnica